domingo, 24 de junho de 2012

Textos das Provas - materiais de apoio

ARTES


Jean-François Millet (4 de Outubro de 181420 de Janeiro de 1875) Pintor romântico e um dos fundadores da Escola de Barbizon na França rural. É conhecido como percursor do realismo, pelas suas representações de trabalhadores rurais.
Junto com Courbet, Millet foi um dos principais representantes do realismo europeu surgido em meados do século XIX. Sua obra foi uma resposta à estética romântica, de gostos um tanto orientais e exóticos, e deu forma à realidade circundante, sobretudo a das classes trabalhadoras.
Millet era filho de um latifundiário, nascido na vila de Gruchy, em La Hague, na Normandia. Recebeu suas primeiras aulas de pintura em 1834, no estúdio dos pintores Paul Dumouchel, Jérome Langlois e Chevreville, em Cherbourg. Mudou-se depois para Paris, em 1838, onde continuou sob a orientação do pintor Paul Delaroche, dedicando-se a estudar os grandes mestres do Louvre, principalmente Giorgione, Michelangelo e Poussin. O início de sua carreira como artista foi muito difícil. Precisava ganhar a vida pintando quadros a pastel no estilo rococó.
Após 1840, decide abandonar o Academismo e fica sob a influência de Daumier. Nessa época consegue se apresentar pela primeira vez no Salão de Paris e conhece os pintores Théodore Rousseau e Constant Troyon, que o influenciaram a mudar-se para o campo. Ele acabou indo para o povoado de Barbizon. Lá viveria toda a sua vida, longe da cidade que detestava e pintando seus célebres quadros de camponeses, que tantas críticas despertaram entre os conservadores franceses. Em 1849 abdica definitivamente de Escola de Barbizon para se dedicar por inteiro às suas representações de trabalhadores rurais das mais diversas áreas.
Suas obras sobre camponeses foram consideradas sentimentais para alguns, exageradamente piegas para outros, mas a verdade é que as obras de Millet em nenhum momento suscitaram indiferença. Na tepidez de seus ocres e marrons, no lirismo de sua luz, na magnificência e dignidade de suas figuras humanas, o pintor manifestava a integração do homem com a natureza. Alguns temas eram tratados talvez com um pouco mais de sentimentalismo do que outros. No entanto, é nos pequenos gestos que se pode descobrir a capacidade de observação deste grande pintor. Exemplo disso é sua famosa tela Angelus (1859), hoje no Louvre.
Na verdade, a obra Angelus encontra-se exposta no Museu d´Orsay, como indicado na seção seguinte do mesmo artigo.

............................................................................................................................................................

Jean-Baptiste Debret foi um importante artista plástico (pintor e desenhista) francês. Nasceu em 18 de abril de 1768, em Paris, e faleceu na mesma cidade em 28 de junho de 1848. Debret integrou a Missão Artística Francesa que chegou ao Brasil em 26 de março de 1816. Suas obras formam um importante acervo para o estudo da história e cultura brasileira da primeira metade do século XIX.

Biografia (principais momentos da vida do artista):

- Na juventude, Debret estudou na Escola de Belas Artes de Paris. Estudou também engenharia no Institut de France.
- Debret atuou durante um tempo na área de engenharia, porém, no final do século XVIII retornou para a pintura.
- Em 1798, expôs no salon a tela Le général méssénien Aristomène delivré par une jeune fille. Com esta pintura ganhou um prêmio. 
- Em 1816, integrou a Missão Artística Francesa, organizada por D. João VI de Portugal, cujo objetivo principal era fundar no Brasil a Academia de Belas Artes.
- Viveu 15 anos no Brasil (até 1831), onde organizou sua grande obra: o livro ilustrado Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. Nesta obra apresenta diversas pinturas sobre o povo brasileiro, paisagens, sociedade, cultura e arquitetura do Brasil. As 153 pranchas foram acompanhadas por textos descritivos.
- Nos anos de 1834, 1835 e 1839 publicou na Europa, respectivamente, os três tomos de sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil.
Principais características do estilo artístico de Debret:
- Debret é considerado um artista cujas obras se enquadram no estilo romântico. Porém, alguns estudiosos de artes plásticas, consideram Debret como um pintor do neoclassicismo.
- Antes de morar no Brasil, retratou na França temas religiosos, bélicos e ligados ao imperador francês Napoleão Bonaparte.
- Suas obras, no Brasil, mostram paisagens, cenas cotidianas, a cultura e o povo brasileiro.
- Com cores vivas, suas aquarelas mostram sentimentos e emoções das figuras retratadas. O individualismo, característica das obras românticas, também se faz presente em suas pinturas.
- Detalhista, Debret buscou retratar, com o olhar de um viajante, todos os aspectos das cenas e regiões retratadas.


 
Quem foi (biografia e trabalhos)
Hector Julio Paride Carybe, conhecido popularmente e artisticamente como Carybé, foi um importante artista plástico (pintor, gravador, escultor, ceramista, ilustrador e desenhista) argentino, naturalizado brasileiro. Nasceu na cidade argentina de Lanús em 7 de fevereiro de 1911, e faleceu em Salvador (Bahia) em 2 de outubro de 1997.
           Apaixonado pela Bahia, Carybé tornou-se conhecido com suas obras que valorizavam a cultura baiana, os rituais afro-brasileiros, a capoeira, as belezas naturais e arquitetônicas da Bahia.
           Carybé fez ilustrações para livros de escritores famosos. Ilustrou a capa de livros do escritor baiano
Jorge Amado e também do livro Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Márquez. A ilustração do livro Macunaíma, de Mario de Andrade, também foi feita por Carybé.
            Em 1947, Carybé trabalhou no jornal Diário Carioca, do Rio de Janeiro. Entre 1949 e 1950, trabalho no jornal Tribuna da Imprensa.
            Uma de suas obras mais conhecidas é o conjunto de painéis “Os povos afros”, os “Ibéricos” e “Libertadores” de 1988. Estas obras fazem parte da decoração do mural do Memorial da América Latina, situado no bairro da Barra Funda (cidade de São Paulo). Fez também murais para o Aeroporto Internacional de Miami
            Carybé também atuou na área pública, assumindo o cargo de secretário da educação do estado da Bahia.

PIERRE FATUMBI VERGER

Pierre Verger nasceu em uma família abastada e freqüentou a sociedade burguesa de Paris do início do século 20, apesar de não se sentir a vontade nesse meio social. Aos 30 anos, já sem o pai e com a morte da mãe, decidiu que não viveria além dos 40 anos: se o seu fim não fosse natural, deveria ser pelo suicídio. Até lá, restava-lhe aproveitar bem os anos que tinha pela frente. Descobriu, então, suas duas paixões: a fotografia e as viagens.
             Com uma câmera Rolleiflex e noções de fotografia aprendidas com o amigo Pierre Boucher, partiu para o Taiti. Essa acabou sendo apenas a primeira de muitas viagens feitas ao redor do mundo durante 14 anos. Para sobreviver, Verger vendia suas fotos para a imprensa e centros de pesquisa. Paris era uma base, onde mantinha com amigos a agência de fotógrafos Alliance Photo.
             Em 1946, desembarcou em Salvador, na Bahia, onde o atraíram a hospitalidade e riqueza cultural que encontrou na cidade. Apaixonou-se pela história dos afrodescendentes e pelo candomblé. Esse interesse lhe rendeu uma bolsa de estudos na África, para onde partiu em 1948. Lá, em 1953, foi iniciado na religião dos povos iorubás como babalaô ("pai do segredo") e recebeu o nome de Fatumbi, "nascido de novo graças ao Ifá", sendo o "Ifá" um oráculo daquela crença.
              A história, os costumes e a religião praticada pelos povos iorubás e seus descendentes, na África e na Bahia, passaram a ser os temas centrais de sua obra. Além de uma vasta pesquisa fotográfica para o Instituto Francês da África Negra (IFAN), começou a escrever suas impressões. Como colaborador de várias universidades, registrou suas pesquisas em artigos, comunicações e livros. Nos anos 1960 seu trabalho foi reconhecido internacionalmente e ele recebeu o título de doutor pela Universidade Sorbonne.  
             Em 1973, a pedido do Itamaraty, Verger começou a organizar o Museu Afro-Brasileiro da Bahia, em Salvador, cuja direção foi assumida pela Universidade Federal da Bahia (UFBa). A mesma Universidade lhe conferiria o título de Professor Adjunto em 1979.
             Nos últimos anos de vida, a grande preocupação de Verger passou a ser a garantia de acesso às suas pesquisas a um número maior de pessoas e a sobrevivência do seu acervo. Na década de 1980, a Editora Corrupio cuidou das primeiras publicações no Brasil.
            Em 1988, Verger criou a Fundação Pierre Verger, da qual era doador, mantenedor e presidente, transformando a própria casa num centro de pesquisa, cujo acervo contém cerca de 60 mil negativos de fotos suas.
    ..................................................................................................................................................

Quem foi (biografia e trabalhos)
Hector Julio Paride Carybe, conhecido popularmente e artisticamente como Carybé, foi um importante artista plástico (pintor, gravador, escultor, ceramista, ilustrador e desenhista) argentino, naturalizado brasileiro. Nasceu na cidade argentina de Lanús em 7 de fevereiro de 1911, e faleceu em Salvador (Bahia) em 2 de outubro de 1997.
Apaixonado pela Bahia, Carybé tornou-se conhecido com suas obras que valorizavam a cultura baiana, os rituais afro-brasileiros, a capoeira, as belezas naturais e arquitetônicas da Bahia.
Carybé fez ilustrações para livros de escritores famosos. Ilustrou a capa de livros do escritor baiano
Jorge Amado e também do livro Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Márquez. A ilustração do livro Macunaíma, de Mario de Andrade, também foi feita por Carybé.
Em 1947, Carybé trabalhou no jornal Diário Carioca, do Rio de Janeiro. Entre 1949 e 1950, trabalho no jornal Tribuna da Imprensa.
Uma de suas obras mais conhecidas é o conjunto de painéis “Os povos afros”, os “Ibéricos” e “Libertadores” de 1988. Estas obras fazem parte da decoração do mural do Memorial da América Latina, situado no bairro da Barra Funda (cidade de São Paulo). Fez também murais para o Aeroporto Internacional de Miami
Carybé também atuou na área pública, assumindo o cargo de secretário da educação do estado da Bahia.

Algumas obras de Carybé:
- São Jorge - nanquim de 1956
- Baianas – óleo sobre madeira de 1957
- Cidade Baixa - nanquim sobre papel de 1964
- Feira - nanquim sobre papel de 1964
- Nu sentado - óleo sobre tela de 1965
- Cabaré – óleo sobre tela de 1966
- Capoeira – crayon sobre papel de 1974
- Cangaceiros - vinavil sobre cartão colado em eucatex de 1987
- Murais do Memorial da América Latina - 1988
- Jogos – vinil encerado de 1990
- Os Conjurados – vinil encerado de 1995

..............................................................................................................................................

Mestre Didi, o artista sacerdote
Paula Alzugaray



Como escultor, escritor, ensaísta e curador, Deoscoredes M. dos Santos, ou Mestre Didi, de 83 anos, é um representante da cultura afro-brasileira. Como sumo sacerdote do culto aos ancestrais Egungun, Didi é o interlocutor entre os vivos e os mortos. Se, por um lado, sua arte é um feixe de luz sobre mitos e tradições ancestrais, sua palavra permanece sob um invólucro de santidade. “Ele fez um juramento que lhe privou de falar em público, fora do recinto religioso. O seu dizer não pode ser deturpado”, explica sua esposa, a antropóloga Juana Elbein dos Santos, designada sua porta-voz.
A sabedoria do baiano Mestre Didi é transmitida efetivamente via uma extensa produção de esculturas – que lhe rendeu reconhecimento internacional como um artista de vanguarda. Suas obras fazem parte do acervo do Museu Picasso, em Paris, do MAM de Salvador e do Rio de Janeiro, entre vários outros museus estrangeiros. Atualmente, seu trabalho pode ser visto na Mostra do Redescobrimento e em uma exposição individual na Galeria São Paulo. Suas formas confeccionadas com contas, búzios, renda de couro e folhas de palmeira são inspiradas em mitos, lendas e objetos de culto aos orixás. Sua iniciação – à arte e à religião – se deu ainda menino, aos oito anos.
Começou fazendo entalhes em madeira, depois vieram os “exus” esculpidos em cimento e barro. Aos 29 anos publicou o primeiro livro, Yorubá Tal Qual se Fala – com prefácio de Jorge Amado e ilustrações de Carybé. Outros 20 livros se seguiram, entre histórias de terreiros e contos da tradição negra da Bahia. Mas Mestre Didi sempre julgou a palavra escrita insuficiente na transmissão de conhecimentos. “No começo dos anos 80 tivemos uma comunidade infantil onde Didi escrevia e encenava peças de teatro, ensinava canto, dança, maquiagem. Não existe dicotomia entre as artes”, diz Juana. “Todos os contos afro-brasileiros são cânticos. Foram feitos para serem ouvidos, cantados e dançados”, completa ela. É por isto que Mestre Didi também é conhecido como um artista integral, “um renascentista da cultura nagô”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário