quinta-feira, 30 de julho de 2015

Giovane 3º A P.I.

Guia da Redação Enem: É sempre hora de aprender a fazer uma boa redação. Nos exames do Enem e dos vestibulares a Redação faz muita gente tremer no dia de realização da prova, mas pode ser ali a sua diferença entre uma boa média final que pode garantir sua vaga na Universidade. Mas, olhando bem direitinho, ‘o bicho é menor do que parece’, pois as regras da redação Enem são bem claras, e são 5 (cinco) as Competências avaliadas:

1) Demonstrar domínio da norma padrão da língua portuguesa;
2) Compreender a proposta de redação;
3) Capacidade de selecionar e organizar as informações;
4) Demonstrar capacidade e conhecimento da língua para argumentar no texto;
5) Elaborar uma proposta de solução para os problemas abordados, observando os direitos humanos, valores e diversidade.

Vale lembrar que, na correção de seu texto, cada uma das cinco habilidades corresponde a 200 pontos de sua Redação Enem, isto é, se você não apresentar um dos cinco pontos pedidos na prova, você terá 200 a menos. Certo?

Competência 1 – Demonstrar domínio da escrita formal da Língua Portuguesa.
Nesse quesito, os avaliadores irão averiguar como o candidato distingue as diferenças entre a modalidade oral e a modalidade escrita da Língua Portuguesa. Como assim?
1-      Ausência de marcas de oralidade e de registro informal (como “aí”, “opa”, “supimpa”…)
2-      Precisão vocabular (use palavras dicionarizadas, nada de querer falar bonito e inventar palavras que nem existem, ok?)
3-      Obediência às regras gramaticais de:
·                     Concordância nominal e verbal (plural-singular ou feminino-masculino dos nomes, além dos verbos, claro!)
·                     Regência nominal e verbal (essa matéria pega muita gente, estudar um pouquinho sobre isso te ajudará a passar na frente de muitos candidatos!)
·                     Pontuação (pela experiência que o Blog tem em Redação, vimos que pontuação é a maior dificuldade de todos, vai dizer?!)
·                     Flexão de nomes e verbos;
·                     Colocação de pronomes átonos (dê uma estudada sobre ênclise, mesóclise e próclise!)
·                     Grafia das palavras (Não vai escrever “certo” assim, né: SERTO!)
·                     Acentuação gráfica (muito importante também!)
·                     Emprego de letras maiúsculas e minúsculas;
·                     Divisão silábica na mudança de linha (translineação).
  

Competência 2 – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Nessa competência da Redação Enem , os avaliadores verificaram se você entendeu o que a proposta de redação pede e, além disso, se você consegue aplicar o seu conhecimento de mundo (como assim?) quando for redigir seu texto dissertativo-argumentativo (entre 8 e 30 linhas, claro!). Então, quando você for escrever seu texto, deve também usar informações – os argumentos – que você aprendeu, estudou ou captou durante a sua vida em diferentes lugares – na escola, em casa, vendo tevê, lendo jornal, revista, vendo filme, ouvindo música etc. Ok? Bem fácil!
Pra não ter erro, siga algumas recomendações para a elaboração do texto:
a) leia com atenção a proposta da Redação Enem e os textos motivadores (aqueles que aparece na prova para você ler e entender o tema), para compreender bem o que está sendo solicitado;
b) evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque foram apresentados apenas para despertar uma reflexão sobre o tema e não para limitar sua criatividade;
c) não copie trechos dos textos motivadores. Lembre-se de que eles foram apresentados apenas para despertar seus conhecimentos sobre o tema. Se copiar, lembre-se que o corretor vai desconsiderá-lo na hora da correção, pois é plágio. Ok?
d) reflita sobre o tema  da Redação Enem proposto para decidir como abordá-lo, qual será seu ponto de vista e quais os  argumentos que vai utilizar para defendê-lo;
e) reúna todas as ideias que lhe ocorrerem sobre o tema, procurando organizá-las em uma estrutura coerente para usá-las no desenvolvimento do seu texto;
f) desenvolva o tema de forma consistente, de modo que o leitor possa acompanhar o seu raciocínio facilmente, o que significa que a progressão textual é fluente e articulada com o projeto do texto;
g) lembre-se de que cada parágrafo deve desenvolver um tópico frasal;
h) examine, com atenção, a introdução e a conclusão para ver se há coerência entre o início e o fim;
i) utilize informações de várias áreas do conhecimento, demonstrando que você está atualizado em relação ao que acontece no mundo;
j) evite recorrer a reflexões previsíveis, que demonstram pouca originalidade no desenvolvimento do tema proposto;
k) mantenha-se dentro dos limites do tema proposto pela Redação Enem , tomando  cuidado para não se afastar do seu foco, ou seja, fugir total ou parcialmente do tema. Esse é um dos principais problemas identificados nas redações.

RELEMBRANDO: caso você esteja em dúvida do que significa texto dissertativo-argumentativo, aqui vai a definição:  “O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se organiza na  defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto”.
PRESTE ATENÇÃO: para atender às exigências do texto dissertativo-argumentativo da Redação Enem você deve:
1-      Apresentar uma tese (ideia) e as justificativas (argumentos) que defendam o seu ponto de vista;
2-      Utilizar estratégias argumentativas – são recursos que você pode utilizar para desenvolver os argumentos que comprovem a sua tese, tais como: exemplos, dados estatísticos, pesquisas, fatos comprováveis, citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto, alusões históricas, e comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos.

CUIDADO: caso você fuja da estrutura dissertativo-argumentativo, a sua Redação Enem terá nota 0 (zero), mesmo que atenda às exigências dos outros critérios de correção.

Competência 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
 O importante nessa competência da Redação Enem é sua capacidade de compreensão e interpretação acerca do tema proposto e de sua habilidade de argumentar a tese defendida por você. Como o próprio título da competência diz, saber: “Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista”. Tudo isso de forma coerente e inteligível. O leitor precisa entender o seu texto e ser levado a refletir a respeito das ideias nele apresentadas.
Simplificando: você deve saber montar o seu texto coerentemente, de forma lógica, sem confusão, para que sua opinião seja entendida na hora de corrigir. Ok? Além disso, você não pode “ficar em cima do muro” em relação ao tema: deve defender seu ponto de vista, como a própria competência diz.
A inteligibilidade de um texto depende de: relação lógica entre as partes do texto, criando uma unidade entre todas as partes; precisão vocabular; apresentação das ideias de forma lógica; e adequação entre o conteúdo do texto e o mundo real.

Competência 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação.
Todo o texto é um encadeamento lógico de ideias. Cada parágrafo deve estabelecer relação com os anteriores, mesmo que a ideia seja nova. Para que isso ocorra com fluidez, você precisa ter conhecimentos dos recursos linguísticos que garantam a continuidade de um parágrafo ao outro, gerando um texto coeso. A competência 4 do Guia da Redação do Enem avaliará tudo isso: estruturação dos parágrafos, estruturação dos períodos.
Recomendações para a Competência 4 – estratégias de coesão para se referir a elementos que já apareceram anteriormente no texto da Redação Enem :
a) substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos, advérbios que indicam localização, artigos;
b) substituição de termos ou expressões por sinônimos, antônimos, hipônimos, hiperônimos, expressões resumitivas ou expressões metafóricas;
c) substituição de substantivos, verbos, períodos ou fragmentos do texto por conectivos ou expressões que resumam e retomem o que já foi dito; e
d) elipse ou omissão de elementos que já tenham sido citados anteriormente ou sejam facilmente identificáveis.

Competência 5 – Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
A última competência indicada no Guia da Redação Enem avaliará a sua proposta de intervenção na vida social. Lembrando que a proposta deve contemplar cada ponto abordado na argumentação, mantendo uma relação direta com a tese desenvolvida e coerência com os argumentos utilizados. A coerência será um dos aspectos decisivos na avaliação. A proposta precisa, ainda, respeitar os direitos humanos como: cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural.
Uma dica importante é: antes de elaborar a sua proposta, responda a essas duas perguntas: O que é possível fazer? A proposta que pretendo fazer é viável?. Não sugerir nada vago, geral.  Estabeleça uma proposta concreta.
A dica que o Blog do Enem dá é que deixe a proposta, ou solução, para a sua conclusão. Use a introdução para apresentar o problema/tema. Use o desenvolvimento para mostrar os argumentos/informações sobre o problema/tema e faça, na conclusão, sua intervenção, sua solução, sua proposta para o problema/tema.
Serão avaliados os seguintes critérios:
a) presença de proposta x ausência de proposta;
b) proposta explícita x proposta implícita;
c) proposta com detalhamento dos meios para sua realização x proposta sem o detalhamento dos meios para sua realização.
Mas, como assim “meios”? Isso mesmo, além de você der uma solução VIÁVEL para o problema que a Redação Enem pede, também deve apresentar os meios para que a solução seja possível. Não adianta escrever que todo mundo deve receber o mesmo salário no Brasil, quando o tema for o problema da pobreza, porque isso não vai funcionar. Melhor pensar direito, refletir e demonstrar uma proposta cabível no cenário atual, ok?

                                                                     ATIVIDADES

1)Leia as redações a seguir e atribua a nota de 0, 50, 100, 150 e 200 por cada competência, justificando a nota de acordo com o Guia da Redação do ENEM.

Proposta de redação: "publicidade infantil em questão no Brasil”. A proposta de redação traz um texto jornalístico que discute se a publicidade infantil deve ser proibida no Brasil, um infográfico sobre a publicidade para crianças no mundo e um texto sobre a criança como o consumidor do futuro.
Texto 1
                       O verdadeiro preço de um brinquedo
É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam?
Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto, tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um anúncio ou uma retórica bem estruturada.
O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto em questão.Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil.
Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, com professores que abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil.


Proposta de redação: A virgindade é um valor moral a ser preservado? Tanto a vida sexual precoce de muitos adolescentes quanto à opção pela virgindade são motivos de polêmicas. Nestes tempos de tolerância, ou permissividade, a castidade até o casamento volta a ser valorizada pelos jovens, como era por suas bisavós. Numa inversão de papéis, muitos pais da geração dos anos 1960 consideram seus filhos conservadores. Outros suspiram aliviados, ou porque são religiosos, ou porque têm medo de doenças sexualmente transmissíveis, ou, ainda, porque acham que a virgindade é sinal de juízo. Entre os jovens, há guerras de opinião em blogs e comunidades da internet. E você, o que acha? A virgindade até o casamento é ou não importante para o relacionamento de um casal?

 

Texto 2

                                         Virgindade, opção ou dever?

Como foi sua primeira vez?

Domingo a tarde, reuni-me com um grupo de amigas, conversando sobre sexo, uma amiga que é professora de primário [de ensino fundamental contou-me o seguinte fato.

Sexta-feira cheguei mais cedo na escola [à escola], encontrei a mãe de uma aluna chorando. Perguntei, O que aconteceu?. Ela me respondeu A minha filha foi estrupada. Assustada perguntei E onde ela esta. Ela respondeu No momento ela está no hospital o médico esta analizando.

Mais tarde venho a descobrir que na realidade a mãe da aluna de apenas 10 anos de idade, vendeu a filha em troca de drogas e bebidas.

Chorei. Com a falta de caráter, sensibilidade e humanismo. 

Eu perdi minha virgindade aos 18 anos com o homen que amo, escolha própria, na hora certo e no jeito certo, com amor, carinho e compressão. 

Portanto, educação é tudo. Com uma boa educação temos boas ações, podemos optar pela vida que queremos.


Texto 3
                                     A geração da istantaniedade
Em uma sociedade que não apresenta perplexidade alguma diante de relacionamentos descartáveis, é fato que a opção de manter a virgindade até o casamento é considerada conservadora. A confusão cometida é clara: o aumento do acesso à informação está longe de ser diretamente proporcional à responsabilidade e à consciência do jovem.
A liberdade adquirida pela juventude ao longo dos anos faz parte de uma cultura istantânea, que traz consigo vontades e desejos sexuais que são tratados pelos jovens de forma indispensável e inconsequente - e com os quais os mesmos são incapazes de lidar.
Junto a uma cultura que não julga mais a separação, a banalização do sexo tem trazido problemas estatisticamente comprovados como o aumento da gravidez na adolescência, da disseminação das DSTs e das crianças que nascem sem um planejamento prévio e acabam nas ruas. A sexualidade inserida no contexto conjugal, por sua vez, é relativa; porém, é importante lembrar que o ser humano carrega as marcas deixadas por relacionamento anteriores por toda sua vida. Prova disso são os níveis crescentes de depressão e doenças psíquicas registradas pelas clínicas.

Não obstante, é hipocrisia exigir da juventude aquilo que a geração anterior não teve para dar o exemplo: responsabilidade. Por isso, a geração atual é a única que poderá reverter esse quadro; não ocorrerá tão cedo.

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