Espero que curtam...
Chamado de rapsódia
por Mário de Andrade, o livro Macunaíma é construído a partir de
uma série de lendas a que se misturam superstições, provérbios e
anedotas. O tempo e o espaço não obedecem a regras de
verossimilhança, e o fantástico se confunde com o real durante toda
a narrativa.
A obra é divida em 114
capítulos e um epílogo, apresentando um tempo determinado e
cronológico, mas que não dão uma impressão de linearidade.
Em busca da muiraquitã,
Macunaíma percorre todo o território brasileiro e os diferentes
países da Europa, tornando-se, assim, um herói sem fronteiras e sem
pátria.
Opera a manifestação
do maravilhoso e do mágico na realidade das personagens e
constrói-se como rapsódia ou ainda como paródia de epopeia, uma
vez que configura mescla dos diferentes tipos de narrativas da
cultura brasileira. A formação étnica miscigenada do brasileiro.
Percebe-se uma crítica
à europeização do índio, que primeiramente era negro (coisa
incomum), tornando-se posteriormente branco, o que demonstra a
supervalorização do branco europeu como raça superior.
O enredo é uma
junção de coisas: folclore brasileiro, provérbios populares, a
vida do índio e seus costumes.
O índio difere do índio de Gonçalves Dias e de José de Alencar, já que em "Macunaíma" ele é frágil, mentiroso, desonesto e infiel.
O índio difere do índio de Gonçalves Dias e de José de Alencar, já que em "Macunaíma" ele é frágil, mentiroso, desonesto e infiel.
O autor modernista
reúne, ludicamente, nessa obra de ficção, um farto material
representativo da cultura nacional, como o folclore, os mitos, a
religiosidade, a linguagem, unindo a realidade à fantasia e trazendo
à tona questões sobre a identidade cultural brasileira.
O narrador, em
Macunaíma, apresenta ironicamente o perfil do “herói da
nossa gente”, utilizando-se de uma colagem de lendas indígenas,
contadas de formas variadas, unindo diferentes estilos narrativos.
Sua principal
característica é ser um texto em que o autor subverter, na
linguagem literária os padrões vigentes, ao fazer conviver, sem
respeitar limites geográficos, formas linguísticas oriundas das
mais diversas partes do Brasil.
Macunaíma é um “herói
sem nenhum caráter”, porque ainda não encontrou sua própria
definição, sua identidade, e é um "anti-herói", com
características como o individualismo e a malandragem.
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